Campus Party: Congresso de tecnologia, empreendimento e comunicação

O Campus Party Brasil, ou simplesmente Cparty, é um evento de tecnologia e comunicação que acontece uma vez por ano em alguns países do globo. Ele propõe juntar estas duas áreas para gerar um debate social, por isso também apóia outras áreas.

No total são três categorias divididas em subgrupos. São estes:

Áreas
CampusBlog
Desenvolvimento
Design
Fotografia
Games
Modding
Música
Robótica
Simulação
Software Livre
Vídeo

Ações Especiais
BarCamp
CP Labs
Campus Media
Campus Móvel
Campus Verde
Cibercultura
Grid Computing
Lab. de Mídias
Sarau Digital

Expo e Lazer
Campus Futuro
Inclusão Digital

A categoria Áreas foi a que mais recebeu apoio. Portanto, como já disse que faltou apoio ao pessoal do meio ambiente sugiro que ano que vem incluam -nos nesta categoria também e não apenas em Ações Especiais.

Agora que já está mais familiarizado com o que é a Campus Party, vou falar o que teve de melhor lá.

Novos amigos e contatos profissionais

Essa foi de longe a melhor coisa do Campus Party. Tendo ficado uma semana acampado lá e convivido com todo tipo de gente, não é exagero dizer que fiz muito mais que contatos profissionais. E é bom frisar, excelentes contatos.

As pessoas que conheci e que me chamaram mais atenção foi um pessoal de uma ONG daqui de Sampa que mexe com Geo Processamento; um casal que vive numa Kombi viajando país a fora fazendo sites pras pousadas em que ficam; alguns gênios da robótica e do software livre; vários jovens empreendedores com idéias revolucionárias; sem contar o pessoal da Zona Boêmia da campus party, área carinhosamente apelidada por mim com este nome por ser o lugar em que bebíamos depois da meia noite.

Se for pra comparar o melhor lugar da Campus Party Brasil 2009, falo com toda a segurança que não era nenhuma das categorias que citei acima, e sim a Zona Boêmia. Era lá que na verdade aconteciam as melhores parcerias.

E se for pra citar a coisa mais estranha da Campus Party, é ter certeza absoluta de que bebi cerveja com o próximo bilionário brasileiro, só não sei quem era, mas sem dúvida alguma ele deu as caras lá na quinta feira em que todo mundo encheu a cara.

Melhores Palestras e Oficinas

Como eu já fiz vários cursos de programação decidi ficar assistindo mais palestras na área do Campus Blog, que era pra ter sido a área dos blogueiros, mas como já escrevi aqui no blog, teve mais jornalista achando que era blogueiro que blogueiro de verdade.

Mas isto não quer dizer que todas foram ruins. Teve a palestra sobre monetização de conteúdo, que foi muito boa. Lá estava a galera do Mercado Livre, da Boo-Box, do Adsense, da Uol e do BuscaPé. Outra palestra fantástica foi a do Manoel Lemos que falou sobre alguns sites de serviços novos que devem bombar este ano. Também gostei e me surpreendi com a palestra dos advogados, que mostraram saber o que é blog muito mais que alguns jornalistas, que estavam viajando que internet é igual à mídia tradicional.

Um lugar pra se sentir a adrenalina a flor da pele, que a só a área web proporciona foi o CP Labs. No JULGAMENTO tinha-se 15 minutos pra convencer o investidor de que seu trabalho merecia algum investimento. Funcionava como uma espécie de Ídolos do SBT, em que os juízes era o pessoal do SENAI, e eles eram duros na queda. Até agora me lembro bem do que eles falaram prum japinha lá: me parece que você veio aqui muito mais pra dar uma aula que pra mostrar seu projeto. Cadê seu planejamento? Seu relatório? Seu vídeo? Seu software? Você não trouxe nada! Sujiro que leia este e este livro, neles você irá aprender que às vezes é melhor ganhar um soco na cara que um tapinha nas costas, não desanime! Próximo?!

Entrevistas

Devo ter flertado com a mídia umas 5 vezes. Uma pelo canal aberto da TV Cultura em que protestei contra os seguranças e divulguei meu blog; outra em que dei uma entrevista sobre os bastidores do acampamento pra rádio Trianon, e que também divulguei meu blog; mais outra em que troquei emails com uma jornalista da revista Info a respeito dos seguranças, e que também acabei passando meu blog rsrsrs; participei de um debate de 2 horas no estande do SESC e que foi divulgado via internet no site IP TV Cultura. Esta entrevista foi a mais bacana, lá estavam os maiores cabeções que conheci do evento, e que tinham uma idéia geral da Web, não só do ponto de vista técnico, como também ideológico, administrativo e social. Falei até babar neste debate, me rendeu uma boa audiência. Teve até um carinha de Ipatinga(minha cidade natal) que me viu e me enviou um email(grd abço pra vc se estiver lendo conterrâneo, e a família cuméq… rsrs). Várias pessoas que estavam em volta, vieram me cumprimentar depois e pedir contato. Neste dia bati recorde de audiência, 827 pessoas num só dia, mais de 1 dólar de arrecadação com o Adsense, vários novos seguidores no Twitter e saltei de 33 para 48 assinantes; a última abordagem de um jornalista foi do Felipe Maia, da Folha online. Ela gerou uma série de posts sobre o evento, principalmente a repseito do que achei de melhor e pior na Cparty de 2009.

Contrução do Robô mais avançado do mundo!

Isto sim foi de arrepiar. Ver uma equipe em que estavam vários alunos dedicados, o maior especialista em robótica do mundo ao lado do maior em programação(campeão mundial de programação de software em menos tempo), e uma idéia ambiciosa que saiu do papel em apenas uma semana.

O robô em qustão recebou o nome de CPU e já nasceu sabendo ler. Ele é um robô livre, o que ignifica que ele tem código fonte aberto pra quem quiser ver ou melhorá-lo. O projeto também propôs uma padronização de peças e softwares, o que significa que todo robô que tiver sido construído nestes padrões poderá trocar peças entre si: tira o braço de um e coloca no outro, e o braço continua funcionando.

O que o Lula tem haver com tudo isso?

Nada, o patrocínio do governo federal foi infímo porto dos particulares como a Telefônica. Seu projeto de inclusão digital não é mais que sua obrigação e não tem nada de inovador. Quero ver é ele investir pesado em sites de serviços que gerem uma maior transparência na gestão do dinheiro público.

Problemas da Campus Party Brasil 2009

Acabei de receber um email do Felipe Maia, jornalista da Folha online, me perguntando o que considero ter sido o melhor e o pior da Cparty Brasil 2009. Foram tantas coisas boas que é até difícil de reponder. Mas as ruins foram: os problemas com os seguranças, a falta de apoio pro pessoal do meio ambiente e os palestrantes da área do Campus Blog.

Quanto ao problema com os seguranças já até escrevi um post sobre a agressividade deles aqui no blog.

Em relação ao pessoal do meio ambiente, poderia ter tido uma divulgação maior, tanto pelo próprio evento quanto pelo pessoal da mídia tradicional.

No meio de tanta tecnologia computacional há quem se esqueça de que, na verdade, a Cparty é um evento não só tecnológico e de comunicação, como também social. Ele procura trazer os valores defendidos pelo software livre para gerar uma cultura livre. E a cultura livre engloba tanto projetos como Linux quanto do Telecurso 2000. Ambos rompem com monopólios, sendo na maioria das vezes melhor. O software livre(Linux) tem como arquiinimigo o Windows, e a faculdade livre(Telecurso) o Pitágoras, que na verdade não é mais um produtor de conhecimento, e sim uma editora muito poderosa. A cultura livre encontra-se com o meio ambiente quando ela também tem como preocupação a qualidade de vida. E foi aí que o evento se perdeu um pouco. As discussões a respeito da mudança social e de sua melhoria, em função de novas tecnologias, aconteceu mais entre os campuseiros do que nas oficinas. Se for pra Cparty ser apenas um evento tecnológico não precisa existir, pois o de Porto Alegre dá conta do recado e completará 10 anos em 2009.

Espero ver na próxima Cparty um plano de defesa e ampliação das matas não só de São Paulo como de todo o país. Cadê as duas mil árvores que eles tinham prometido plantar durante a semana?

Outro problema que tivemos foi o despreparo de alguns palestrantes do Campus Blog, que na verdade não eram blogueiros. Eram apenas jornalistas, competentes digam-se de passagem, migrando da mídia tradicional para a internet. Mas a maioria não sabia nada sobre plataformas de gerenciamento de conteúdo ou medição de audiência. Escrevi mais detalhadamente sobre o assunto neste post.

Ah é, já ia me esquecendo. Outra coisa de ruim, e ao mesmo tempo engraçada da Cparty foi o Gilberto Gil. Desde que ele chegou não calou a boca um minuto, fazia de tudo pra ficar o máximo de tempo possível na mídia. Falou sobre engenharia, administração, programação, desenvolvimento social e econômico, e ainda conseguiu juntar tudo isso com sua história de vida e dar uma aula sobre o cosmos e espiritualidade. Ele estava se achando o Hacker da parada!

A Viagem de um mineiro de Ipatinga para o Campus Party Brasil, em São Paulo

À medida que as filas vão surgindo, as pessoas branqueando e os caixas cada vez mais parecidos com robôs ultra rápidos, São Paulo se aproxima. Quando  topo com um branquelo com uma veia verde na testa numa fila; vualá, cheguei a São Paulo!

A viagem de 12 horas se passa num ambiente cheirando a frango. As pessoas, em geral, das roças do Vale do Aço, vão visitar um filho(a) que está tentando a sorte na cidade grande.

clima da viagem se fez quando uma mulher perguntou à minha irmã como fechar a saída do ar condicionado, ao que ela respondeu que era só passar a mão, mas em vez de passar a mão para fechar as frestas, achou que havia uma espécie de sensor e só deu tchauzinho pro regulador! Depois, às 6 da manhã, a mesma, acorda a todos, gritando: “Carol, cê conseguiu durmi Carol? Cê tá durmino Carol? Cê tá acordada Carol?” Que vontade de pegar esta Carol e… o que me conrolou foi a velha ser igualzinha às minhocas do MIB…

Ao término da viagem peguei dois metrôs para chegar à estação Vila Madalena, onde minha tia, que mora no Alto de Pinheiros, me buscou de carro. Após ter beliscado algumas coisinhas no apartamento dela, fomos à Santa Efigência dar uma voltinha nas lojas de equipamentos tecnológicos que tem por lá. Eu queria descolar um gravador que grava direto em MP3 e uma câmera que já grava em FLV e que fosse integrada com a internet. O gravador eu achei logo, da Panasonic, que tinha tradutor automático para umas seis línguas, além de zoom sonoro. O cara da loja me disse que “era coisa profissional, para detetives e jornalistas”. Mas decidi voltar depois para procurar melhores preços e conhecer outros gravadores do tipo. Já a filmadora, além de não ter encontrado, a maioria das pessoas me olhavam como se eu fosse um ET, com uma cara tipo: “que merda é essa de FLV“.

Depois, minha tia me levou a um  restaurante de comida Árabe. Comi uma salada com molho Rosê, maravilhosa. Um Michui e descobri o que é Babaganuchi. Em seguida demos uma volta no bairro, que a tia disse ser o metro quadrado mais caro de São Paulo. E ainda por cima fiquei sabendo um pouco mais sobre a história da famosa rua Augusta. Por fim, tirei o atraso da noite mal dormida no busão e me preparei pra pizzaria à noite.

Passamos em três pizzarias. Na primeira, o tempo de espera era de 50 minutos, na segunda 25 e na terceira 20, mas até chegar a terceira gastamos 50 minutos, ou seja, deu na mesma rsrsrs. Mas resolvemos ficar nesta última por ter chegado à conclusão de que todas tinham fila de espera.

Na pizzaria percebi uma grande concetração de coroas gostosas solteiras, então pensei: é! aqui deve ser bom. Acompanhei meu tio e pedi uma Marguerita, aguardente mexicana com sal e limão e que custou, pasmem! 16 REAIS! Comemos uma pizza mine enquanto esperávamos. Fomos chamados depois de uns 15 minutos. Enfim comemos 2 pizzas bem gostosas, enquanto falávamos mal do Quintão, prefeito da minha cidade, Ipatinga, que fica no Vale do Aço, a que me referi no início.

Terminada a pizza e a crítica ao Quintão mudamos o assunto para o “Campus Party”, minha principal missão em Sampa, além de visitar a família. O Campus Party é um evento de Tecnologia e Comunicação, apelidado de “WoodStock dos Nerds”, ou “NerdStock”. Ficarei acampado no evento que se passa no “Centro dos Imigrantes”, em São Paulo. Haverá palestras e oficinas. E shows, todo final de noite.

A área de acampamento e os eventos estarão divididos em 12 áreas: blogs, astronomia, música, vídeo, robótica, mooding, desenvolvimento, design, fotografia, software livre e simulação. Decidi dar mais atenção às palestras e oficinas destinadas aos blogueiros. Serão quase 6000 pessoas acampadas. Comprei o pacote que dá direito a café da manhã, almoço e jantar. Levarei meu próprio notebook. Mas, pra quem solicitou, no cadastro, o notebook será disponibilizado.

Internet, de 10 Gigas, estará disponível a todos os “Campuseiros do evento, como são chamadas as pessoas que do acampamento. Ao final, levaremos de brinde, a barraca, da Telefonica, principal patrocinadora do evento.  O preço inicial foi de 250,00,  depois passou para 300, uma mixaria por   tudo isso,  não?!

[tab:Fotos do Evento em 2008]

Campus Party
Campus Party Brasil 2008Campus Party Brasil 2008

Campus Party Brasil 2008Campus Party Brasil 2008

Campus Party Brasil 2008Campus Party Brasil 2008

[tab:Vídeos do Evento em 2008]

httpv://www.youtube.com/watch?v=zQggZ_p7Mq0&feature=related

httpv://www.youtube.com/watch?v=BNEi5U6Zo6M&NR=1

httpv://www.youtube.com/watch?v=vqoB4LbHK9Q&feature=related

[tab:END]

E hoje, domingo, me preparo ansiosamente para o que será o maior evento mundial na área de tecnologia e comunicação no Brasil em 2009. Venham visitar!