Egito: motivos do protesto contra a ditadura. O que os jornalistas não contam

Quando alguns famosos apelaram para uma grande celebridade americana se posicionar a favor da queda do presidente da câmara, José Sarney, a resposta foi curta e grossa: “só vocês podem fazer alguma coisa pelo Brasil, eu moro nos EUA”.

O engraçado da frase acima é que o país dele adora fazer coisas pelos países alheios. Financiou todas as Ditaduras Latino Americanas, várias na Ásia, África e Europa. Só não fizeram nada pela Oceania porque é um continente pequeno.

Entendo que no caos do crescimento comunista apoiado pelo ditador Stalin, o qual pregava a revolução a qualquer custo: morte aos barões do capitalismo e suas famílias, fosse necessário implantar uma ditadura para acalmar os ânimos. Mas, analisando que o Muro de Berlin já foi derrubado há 22 anos, nada justifica que os últimos 5 presidentes americanos continuassem a financiar a Ditadura Egípcia.

Se bem, que a ditadura no egito não tem nada a ver com comunismo. Desta vez a justificativa é a necessidade de manutenção da paz no mundo Islâmico. Paz? Mas que paz?

Os EUA, ao impôr a criação de Israel no coração do Mundo Islâmico, afrontou toda a comunidade muçulmana. Dando início à Guerra dos 6 Dias, em que Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão iniciaram um conflito armado contra Israel.

Os Estados Unidos entrou a favor dos Judeus e colocou fim aos ataques em 6 dias. Sabendo que, se não fossem feitos acordos e aliados, a guerra continuaria e Israel sairia perdendo, fez o acordo de Camp David com o Egito.

Com o acordo, o Egito retomaria a Península do Sinai e ajuda para comprar armamentos. Mas, teria de ceder espaço para uma base aéria americana, comprar somente armas americanas e dar informações sobre a estratégia que o Mundo Muçulmano usaria para dar continuidade à guerra.

Nessa altura dos acontecimentos, os islâmicos planejavam atacar Israel no dia de Yom Kippur (Feriado Judeu: Dia do Perdão). Mas, sem saber da traição egípcia, foram surpreendidos por tropas aérias americanas que aniquilaram completamente o exército muçulmano.

Vendo que guerras tradicionais eram como mosquitos fazendo cócegas no Tio Sam, o movimento Terrorista ganhou força, mas não foi bem aceito pela comunidade internacional. Por isto, Yasser Arafat deixou de lado as atividades do submundo, ganhou o prêmio Nobel e deu início a Entifada.

A Entifada tinha como projeto conseguir apoio da comunidade  internacional a causa islâmica, que estava deteriorada por ondas de ataques terroristas a civis, se inocentes ou não eu não sei, mas alheios ao que seus países fazem ao redor do mundo sim. A ideia era básica, desarmar os terroritas e colocar crianças jogando pedras contra tanques Israelenses, que acabavam atirando e minando a imagem de coitadinhos que os Judeus ficaram depois do Holocausto.

Como não conseguiram retomar nem o Território da Palestina com a Entifada, os ataques terroristas recomeçaram e estão nesta lenga lenga até hoje. O fim da ditadura no Egito pode representar um avanço no sentido da paz no oriente médio ou não, o que não pode continuar é a lenga lenga.

Vale lembrar que a Segunda Guerra, que trouxe os Judeus a Israel, é considerada por muitos críticos ou, por qualquer pessoa conhecedora da história e com bom senso, que foi apenas uma continuação da primeira. O motivo, uma dura derrota da Alemanha que seguiu-se de tratados humilhantes a toda a população do país que, enquanto a classe Judaica dominante estava aquecida em suas ricas casas, passavam fome e miséria.

Não estou querendo dar razão a ninguém, muito menos defendendo o Holocausto. Mas, quero lembrar que determinadas atrocidades acontecem por algum motivo.

A história deve ser contada, recontada e passada para as gerações futuras, para que com base nelas, não cometamos os mesmos erros do passado. Mas, antes de tudo a história deve ser tratada como fato jornalístico e não é o que se vê.

Qualquer jornal que leio ninguém fala sobre Guerra dos 6 Dias, Yom Kippur e Entifada, quando na verdade está tudo interligado. O que vejo é uma classe jornalística, se não burra, dominada pelo tempo de edição de cada matéria, que não dá espaço nem estimula a pesquisa da classe. Acredito mais na segunda opção.

As várias tecnologias estão mudando todos os mercados existentes. Somente quando os cidadãos souberem usá-las para rentabilizar suas ideias, é que não veremos mais os mesmos programas de TV e as mesmas matérias sem profundidade.

Gostaria de aproveitar este texto para reclamar de todas as matérias que vi sobre o WikiLeaks e Julian Assange aqui no Brasil. Além de deixar claro que os jornalistas da VEJA, ou não sabem inglês ou não se deram o trabalho de entrar no WikiLeaks.org, não fez menção quase nenhuma ao Partido Pirata. Mas, podem deixar que eu explicarei.

Wiki sinifica muito rápido em havaino e é uma palavra usada na web como sinônimo de colaboração, leaks significa vazamentos em inglês. A ideia do site é, através da colaboração de civis e empresas, publicar vazamentos governamentais que são muito constrangedores para o editor do jornal deixar passar, atrapalharia os negócios. Mas que publicados na web, pelas mãos do Julian Assange, não tem problema.

Em abril de 2010, o WikiLeaks publicou um vídeo mostrando um helicóptero Apache dos Estados Unidos, no contexto da ocupação do Iraque, matando pelo menos 12 pessoas – dentre as quais dois jornalistas da agência de notícias Reuters – durante um ataque a Bagdá, em 2007. Depois disto, o site ganhou vários inimigos e foi amparado pelo Partido Pirata.

Apesar de o Partido Pirata representar um abraço entre as virtudes socialistas e capitalistas e ser o movimento político que mais cresce no mundo, foi tratado como “um tal partido pirata” pela revista VEJA.

O que o Partido Pirata defende principalmente:

  1. Diminuição do tempo de direitos autorais em vários mercados
  2. Uso, desenvolvimento e apoio a softwares livres pelo governo
  3. Transparência governamental e participação popular através das tecnologias de informação

O Partido Pirata não defende nenhuma ideia nova, apenas busca dar amparo político a movimentos que já estão acontecendo: jovens através da tecnologia torrente trocam músicas na internet, empreendedores defendem dados do governo acessíveis via grid computing e eu tento rentabilizar o conteúdo produzido em sala de aula, para que, através disso se consiga um mundo mais sustentável. Um mundo em que a vida não passe tão rápido e com maiores possibilidades de escolha à geração atual e futura.

Comentário de Arnaldo Jabor sobre os Protestos no Egito

Ele deve estar lendo meu blog rsrs, pois fez a mesma relação que eu com as novos heróis cibernéticos, e foi depois de eu ter postado